Temos pouco tempo de vida (e cada vez menos, inevitavelmente) para gastarmos nossas energias com textos ruins. Se não gosto de um texto, largo-o assim que percebo que a relação não vai funcionar.
Porque ler um texto é como manter um relacionamento: uns encaixam direitinho, outros são eletrizantes, e alguns são horríveis do início ao fim.
Se a minha relação com um texto não está funcionando, eu a interrompo porque não faz sentido viver algo ruim só para chegar até o final. Ah, pode aparecer algo de bom no meio do caminho? Pode, mas o tempo dedicado a procurar esse algo de bom poderia ser empregado em viver algo melhor.
Quando não gosto de um texto, a culpa não é do texto. Eu não sou o leitor certo para determinados textos, e está tudo bem. Nenhum texto agrada a todo mundo, nenhuma relação é igual, cada um traz expectativas e vontades diferentes para o jogo escritor-obra-leitor.
Por isso, tenho me esforçado para perdoar os textos ruins.
Por isso, tenho me esforçado para reconhecer que texto ruim é texto ruim para mim e para os meus conceitos.
De tempos em tempos, pode até haver uma revisita. Tem vezes que eu sou imaturo demais para um texto. Tem vezes que o texto é imaturo demais para mim.
Perdoar os textos ruins me liberta.