Por que o livro quase sempre é melhor do que o filme, se o filme tem cor, som, expressões intensas e movimento?
A resposta está na sutileza do texto: ele nos permite adentrar os pensamentos e as emoções dos personagens de modo muito mais profundo do que podemos ver. Afinal, filmes limitam-se ao perceptível.
A literatura, quando bem articulada, não tem limites. Uma palavra cria realidades. Ao lado de outra, tudo muda. Um castelo é diferente de um castelo esquecido. Sim, podemos mostrar no filme um castelo às ruínas ou às moscas, mas imagem nenhuma reconstrói o potencial da palavra esquecido. Pode ser abandonado, mas também pode ser muito mais.
O poder da literatura é o poder de ser muito mais.
[…] Mas literatura não é cinema. […]