Blog : Ninho de Escritores

Perdoe os textos ruins

Temos pouco tempo de vida (e cada vez menos, inevitavelmente) para gastarmos nossas energias com textos ruins. Se não gosto de um texto, largo-o assim que percebo que a relação não vai funcionar.

Porque ler um texto é como manter um relacionamento: uns encaixam direitinho, outros são eletrizantes, e alguns são horríveis do início ao fim.

Se a minha relação com um texto não está funcionando, eu a interrompo porque não faz sentido viver algo ruim só para chegar até o final. Ah, pode aparecer algo de bom no meio do caminho? Pode, mas o tempo dedicado a procurar esse algo de bom poderia ser empregado em viver algo melhor.

Quando não gosto de um texto, a culpa não é do texto. Eu não sou o leitor certo para determinados textos, e está tudo bem. Nenhum texto agrada a todo mundo, nenhuma relação é igual, cada um traz expectativas e vontades diferentes para o jogo escritor-obra-leitor.

Por isso, tenho me esforçado para perdoar os textos ruins.

Por isso, tenho me esforçado para reconhecer que texto ruim é texto ruim para mim e para os meus conceitos.

De tempos em tempos, pode até haver uma revisita. Tem vezes que eu sou imaturo demais para um texto. Tem vezes que o texto é imaturo demais para mim.

Perdoar os textos ruins me liberta. :)



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