Eu defendo que a clareza é o atributo mais importante de um texto. Há um jeito bastante prático de alcançá-la: escreva para alguém específico.
Ano passado, em um dos encontros do Ninho de Escritores, propus o seguinte exercício: escrever uma mensagem sugerindo que o destinatário deveria fazer mais sexo. Quem era o destinatário? Escolhemos três, um de cada vez: um chefe, o melhor amigo e a própria mãe.
O resultado foi muito interessante: quando sabemos para quem estamos escrevendo, nós adaptamos a mensagem. Dependendo da relação que temos com chefes, melhores amigos e mães, escreveremos de formas diferentes
Com isso em mente, te sugiro: invente um leitor ideal. Invente um leitor ideal que lerá todas as tuas histórias e opiniões. O que ele conhece do mundo? O que ele gosta de ler? Quanto mais específico for esse leitor ideal, maior será a clareza do que tu pode ou não escrever e do que ele gostará ou não de ler (e o gosto desse leitor será o teu critério não só de clareza, mas também de qualidade).
O meu leitor ideal sou eu mesmo cerca de dez anos atrás, quando eu mal sabia o que estava fazendo da vida ao entrar no curso de Jornalismo. Eu escrevo para meu eu do passado porque aquele Tales poderia aprender algumas coisinhas com o eu de hoje.