O diário de escrita é uma ferramenta para estudarmos nosso processo criativo. Funciona assim: toda vez que escrever, faça uma anotação no diário, indicado uma série de elementos:
- O que escreveu: alguns textos são mais fáceis de escrever do que outros. Se passarmos a vida sem analisar nosso processo, seremos reféns do acaso. Contudo, se queremos ser escritores profissionais, é inteligente dominarmos o máximo de variáveis possíveis. Assim, sobra mais espaço para a criatividade florescer.
- Quando escreveu: dois participantes do Ninho de Escritores descobriram que não escrevem nos finais de semana. E tudo bem, porque agora eles sabem e compreendem esse processo. Além disso, com as demais informações do diário, será possível mapear os dias em que a escrita flui mais.
- Qual horário da escrita: gosto de registrar o começo e o término da sessão de escrita. Isso me ajuda a perceber quanto tempo levei para concluir uma cena, uma história ou um post de blog. Com essa informação, posso trabalhar em busca de aumentar a velocidade – se esse for um dos objetivos – e para compreender o que torna alguns dias mais rápidos que outros.
- O número de palavras escritas: para tudo o que é escrito, o número de palavras costuma ser o indicador básico para a maior parte das medições. Concursos, por exemplo, pedem um número máximo de palavras para seus contos, novelas e romances. O número de palavras ajuda a perceber, junto com o tempo de escrita, em que momentos estamos produzindo mais. Se em um dia escrevemos 2500 palavras em duas horas, mas no dia seguinte ocupamos as mesmas duas horas para produzir apenas 600 palavras, há algo aí a ser investigado.
- Onde escreveu: tem quem goste de escrever em cafés lotados, tem quem não consiga produzir na própria cama. Conforme novos lugares são experimentados, fica mais fácil perceber o que funciona e o que não funciona para atiçar a criatividade.
- As condições gerais de escrita: havia pessoas em volta? Estava cansado? Havia recém almoçado? Estava com fome, sono, pressa? Todas essas condições influenciam em nossos processos criativos e merecem ser analisadas.
- Outras anotações: escreveu ouvindo música? Comendo pizza? Num caderno? No celular? Com a mão esquerda? Já tinha planejado antes, teve a ideia na hora?
A função do diário de escrita é possibilitar a experimentação e a variação do próprio processo. Ele cumpre um papel fundamental a qualquer investigação: materializa os fatos fora de nossa imaginação, facilitando a nossa interação com eles.
O diário de escrita dificilmente será divertido. Para a maior parte das pessoas, pesquisar, mesmo que o próprio processo, não é algo divertido. Porém, é uma ferramenta útil para quem deseja ser profissional.
E ser profissional pede mais de nós do que apenas diversão.
Gostou do texto e quer ajudar o Ninho? Compartilha com os amigos