Na escola, começamos a aprender como juntar letras em palavras, palavras em frases, frases em parágrafos e parágrafos em textos. Digo que apenas começamos porque a literatura é uma área vasta e complexa que se espalha pelas culturas do mundo, e esperar que a dominemos em um punhadinho de anos é ingenuidade.
Mas é nessa ingenuidade que mora o perigo: nós não precisamos dominar a literatura.
O que precisamos é alimentar nosso repertório sempre que pudermos.
Percebe como as duas ideias são diferentes?
Na primeira, temos uma noção que sugere a necessidade e possibilidade de se alcançar um determinado patamar de conhecimento e habilidade. Para dominarmos algo, temos que nos colocar do lado de fora desse algo e abraçá-lo, prendê-lo, reduzi-lo a algo que caiba dentro dos nossos esforços e poderes.
A segunda ideia, de ampliar o repertório, entende e aceita que o mundo é tão mais extenso do que nós mesmos, ao ponto de só nos restar o maravilhamento.
Leia muito, leia mais, leia por prazer. Divirta-se alongando os limites do teu repertório.
[…] Ler muito é um excelente conselho; ler coisas boas é um conselho ainda melhor. […]