Às vezes, nossa intenção é boa: tudo o que queremos é prender o leitor. Daí a gente começa a contar uma história cheia de mistério e dúvidas, em que o leitor não sabe exatamente o que está acontecendo.
Sem entender o porquê, a gente perde o leitor.
Quando escondemos os porquês das ações dos personagens, quem eles são e o que eles querem, tiramos do leitor a possibilidade de se envolver com a história que estamos narrando. Resta apenas ficar sentado na cadeira, passivamente aguardando que tudo se desenvolva.
Na literatura, nós somos convidados a construir a história junto com o escritor. Cada palavra desdobra em mim um universo de ideias, cores, cheiros, texturas, dores.
Como leitor, eu quero participar da Sociedade do Anel, da família mafiosa, do relacionamento amoroso. Ser privado disso é ser privado da diversão possível com a leitura.